No final dos anos 80, costumava viajar de caminhão com meu tio pra Porto Alegre, passar as férias de verão na casa dos meus outros tios. Eu, então, com quase 15 anos, desafiava as leis da física tentando produzir som do violão na boleia do caminhão. O motor acabava por abafar qualquer som que eu tentasse emitir, restando apenas uma sensação sonora. Lembro que "puxava" sempre a música Caminhoneiro do Roberto e Erasmo, em homenagem ao motorista tão esmerado que era meu tio.
Ele me deixava em POA e seguia viagem. Voltaria pra me buscar mais ou menos um mês depois.
Já regressando à terra natal, no meio da madrugada, bateu uma fome daquelas, e meu tio, praticamente sem grana, parou no acostamento, próximo a uma plantação de melancia e me pediu que ficasse no caminhão. Menos de 10 minutos depois, voltou com uma enorme melancia. Paramos em um posto não muito distante dali e a dividimos. Seguimos viagem de estômago cheio e felizes.
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