sexta-feira, 31 de maio de 2013

Do tempo...

Cara, eu sou do tempo em que se batiam palmas em frente às casas. Tinha "lanterninha" no cinema. Tinha ascensorista no elevador. As placas dos carros eram amarelas(essa eu "roubei" do Floreio), apertava a campainha das casas e saia correndo. Ninguém usava cinto de segurança. Nem capacete pra andar de moto. Quando era criança jogava bolinha de gude, andava de carrinho de rolimã, jogava "taco", rodava pião. "Assaltava" o pomar dos vizinhos. Esconde-esconde. Pega-pega. Estátua. Stop. Era tanta coisa. Tanta coisa inocente, pura, que não existe mais nos dias de hoje. O mundo era menos violento. Tinha mais ar puro. Menos barulho. O palito do picolé vinha premiado. O sino tocava na hora do recreio. As pessoas falavam merenda. Ah, e tinha "merendinha"(risos). Tinha circo e parque. Roda gigante. Carro choque. Piscina no clube. Banho de cachoeira. Sinuca. Canastra. Patente. Truco.

Cara, será que no meu tempo era chato?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Disneylândia

Toda vez em que entro numa loja de instrumentos musicais me sinto como se estivesse na Disneylândia! É correto afirmar que nunca estive na Disney mas, seguidamente tenho esta impressão. Acho muito divertido ver as novas possibilidades tecnológicas. Necessidade e desejo: qual vencerá? Certamente a necessidade pois me pergunto atormentado se preciso realmente disso?  Procuro a resposta na logística e de fato não se deve confundir um desejo com uma necessidade! Existem coisas que devem repousar apenas no consumo simbólico, como querer ter uma Ferrari, por exemplo! Ainda assim, possuo uma lista de instrumentos musicais de desejo(risos). Tenho este catálogo desde que comecei a tocar, na mesma época em que guardava fotos de instrumentos. Claro que, este rol é exclusivamente mental, ou seja, sei de cor as armas de minha estimada cobiça. E, conforme o tempo vai passando vou satisfazendo essas loucuras. Com os pés pesados no chão. Sem extravagâncias.

Dia desses, minha filha estava falando justamente sobre conhecer a Disney. Melhor ir preparando o bolso... E fazer companhia a ela não será má ideia.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O coisa

Era recorrente na adolescência, pelo menos na minha, chamar o amigo que acabávamos de conhecer de "o coisa"(risos). Eu, tu, ele e o... "coisa"! Depois de um tempo, claro, pois não dava pra decorar o nome da criatura!
Em todas as brincadeiras sempre tinha um...  Coisa, ou dois, três... Se fosse uma turma nova. Mas era o coisa!
Essa coisa de falar o coisa era coisa normal. Guri, gurizada, molecagem...

Um grande amigo meu, nessas andanças da vida, quando não lembra o nome de alguém, imediatamente fala: gente fina! Legal, né? O coisa virou gente fina! Esse é o grande barato da vida!

"Gente coisa é outra fina".

domingo, 19 de maio de 2013

Vendedor de discos

Se foi o tempo em que o vendedor de discos entendia de música. Talvez isto ainda aconteça em alguns lugares mas não aqui.

Num outro tempo, ser vendedor de discos era o máximo - pelo menos pra mim. Tinha uma aura cercada de mistérios, de sabedoria... Uma filosofia musical bastante abrangente. Hoje em dia o vendedor não precisa mais se esforçar pra vender um... CD. Não existe mais aquele lance de decorar as bandas, fuçar o encarte, saber o nome de todas as músicas. A mídia se encarrega de tudo. Você chega na loja e pede o disco do artista tal, banda tal. O atendente não precisa mais passar uma enxurrada de informações cabíveis para te convencer, ou para sanar aquelas tuas dúvidas musicais frequentes(risos). Tudo é "culpa" da www!

Naquele "tempo", o vendedor de discos possuía um vasto conhecimento sobre o material musical exposto nas lojas. O cara sabia de antemão algumas curiosidades peculiares dos artistas, das bandas e inclusive dos equipamentos: fulano da banda tal usa guitarra Gibson. Beltrano usa baixo Fender; sicrano usa bateria verde-clara, etc. E era esse tipo de coisa que me fascinava. Tinha vezes em que eu aparecia na loja somente pra ficar por dentro das novidades. Passava a tarde toda lá(risos). Um longínquo final de década em Uruguaiana, onde predominavam apenas duas lojas. Uma época em que a única preocupação era a escola e a música. Bons tempos.

Hoje, vender discos perdeu a poesia. Quer dizer, comprar discos perdeu a graça!