sábado, 22 de dezembro de 2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

8 ou 80

Meus extremos não se comunicam. São inimigos eternos. São duas cidades a quilômetros de distância. E a viagem entre elas têm a longa duração de um par de dias. Tempo suficiente pra decidir em qual estarei. Parar no meio do caminho é algo absolutamente raro. Não vou dizer que não acontece. Tem vezes em que não dá pra controlar.
Neste jogo não é o número maior que prevalece. E não há sequer um equilíbrio. É uma balança que só entorna para um dos lados, nunca ficando no meio. Ora um, ora outro.
Existe um grande paradoxo aí porque eu penso mas não falo. Não conto. Questões polêmicas sempre ficaram em cima do muro. Não gosto de lavar roupa suja em público. Prefiro tratar esses assuntos com mais discrição.

Toda vez em que venho aqui escrever eu procuro passar coisas minhas. De uma forma sutil, superficial até. Sem levantar bandeiras pro que penso ou deixo de pensar. Já me falaram que meu discurso é meio moralista(risos). Mas é auto-moralista porque escrevo tentando "me" deixar uma mensagem. Acho até que isto é uma forma de se posicionar. Afinal, o que escrevo é só o que escrevo.

Às vezes 8, às vezes 80... não dá pra negar.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O fim do mundo

Você acredita mesmo que o mundo vai acabar? Olha, ainda dá tempo de fazer algumas coisas. Dependendo da sua situação financeira até pode se dar ao luxo de ousar extravagâncias, excentricidades. Se não tem posses é melhor se contentar com coisas mais fáceis, qualquer programa limitado a 48 h.

Eu não penso que o mundo vai acabar, não este mundo. Talvez acabe alguma coisa. A fome, por exemplo. A corrupção. A violência. A ganância. A miséria. Seria ótimo, pra começar. Num outro plano, talvez a data anunciada como "fim do mundo" possa ser um divisor de águas astral, mas refletindo diretamente no ser humano.

Uma excelente frase de Fito Paez que diz: "cuando todo se termina todo vuelve a empezar". Isso É a vida e não o fim do mundo. O fim na verdade está próximo e distante. Nunca vamos ter certeza. Esqueçam as previsões, elas vão até a próxima esquina, até a semana seguinte.

Todas estas barbaridades que acontecem, isso sim, é o fim do mundo. O resto, vai mudar, sim, se nós quisermos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Influências

Nunca fiz um show com toda minha família na plateia. A pessoa mais presente nessa empreitada é a minha mãe. E olha que não é uma coisa fácil. Demanda uma logística apertada pois moramos em cidades diferentes e, qualquer esforço inviabiliza o encontro.
O máximo que consegui, em apresentações isoladas, foi ter algum deles por perto, o que me causava um misto de felicidade e pavor, quiça esperando um olhar desaprovador. Mas isso era bem no comecinho de tudo.

Anos se passaram e alguns não estão mais entre nós. Não tive a felicidade de tocar pra tanta gente de que gostaria. Pessoas queridas que apontaram um rumo e que, de uma forma ou de outra, acreditaram na minha escolha de ser músico. O que não é nada fácil. Conotações negativas a SER músico dariam pra encher um caminhão, parafraseando Nei Lisboa.

Estou planejando um show na minha terra natal em que possa reunir o maior número de familiares possíveis. A ideia é me cercar de pessoas que foram e são importantes pra mim. Pessoas que participaram direta ou indiretamente de acontecimentos marcantes e deram sua contribuição para o que me tornei hoje musicalmente. Tudo o que bebi diretamente da fonte familiar foi o principal ingrediente que moldou a essência que aqui habita.

Espero poder reencontrar todos, senão a maioria, e matar e saudade de tempos remotos. E o que é melhor, cantar e cantar e cantar...


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Canja"

Não, não vou falar sobre como fazer uma canja de galinha. Essa "canja" do título refere-se a canja musical. Eu explico: numa linguagem musical que até ultrapassou os limites do palco e estendeu-se a leigos e plateia. Isso de dizer leigo não deve conferir detrimento pessoal, apenas retirar o conhecimento sobre "nossas" gírias musicais. Hoje em dia, o que era privilégio da família, agora os amigos mais próximos também ganharam acesso ao vocabulário musical através da www. O que antes acontecia na roda de samba.
Bom, lá vai... a canja pode ser um momento perturbador, em muiiitooos casos. Ou de alívio em outros. Vou explicar/tentar:

No início da minha vida profissional eu "deixava" qualquer pessoa cantar. Bastava dizer que "sabia" cantar. Um estranho aparecia e pum, já cantava, ou melhor, ou pior, desafinava, fazia fiasco! E que fiasco. Na maioria dos casos, hein. A probabilidade enfraqueceu com o tempo. Hoje todo mundo canta e toca um instrumento. Coisa séria(risos).
Às vezes a pessoa não dava pinta e chegava lá e cantava no tom. Agradava. Agradável.
No decorrer das "canjas"(tinha shows que era virado em canja) o desconforto era insuportável. O público se recusava a pagar o "couvert" artístico e gerava um clima pesado entre proprietário, músicos e clientes.
Cansei de estar tocando e chegar alguém dizendo: cara, tem um amigo meu ali na mesa que canta e toca. Dá pra ele tocar? Acho que todo músico já ouviu essa frase. Não é nenhuma novidade.

Olha, tem muito amador que se acha músico e muito profissional que não é. O mundo está errado? Não que eu saiba.

Com o tempo aprendi a dar canja somente para músicos que conheço, que já ouvi tocar. E isso tudo depende do lugar em que você está. O bar é um local mais despojado e que permite essa "troca" de energia, essa diversidade. Afinal, o idioma é o mesmo.

Tem casos em que você está a milhas e milhas do intervalo e entra um desses músicos conhecidos e você precisa ir ao banheiro. Como é o nome do filme? Tempo de Glória(risos). Ufa, que alívio. Às vezes não dá pé, vai na raça mesmo. Probabilidades estatísticas apontam um número considerável de músicos quando você está em forma e não precisa ir ao banheiro(risos). O que tem que ver a forma com o conteúdo? O conteúdo molda a forma?

Santa Maria devia criar o Festival da Canja, com direito a duas músicas por artista. Uma cover e uma autoral. Seria bacana mostrar o talento de artistas que estão começando e que procuram um espaço viável.

Fui...


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A espera

Esperar... esperar é um dom. Não adianta querer encurtar esta etapa. Ela é intocável. É no tempo dela. Pensei nisso enquanto pensava no que escrever. Esperando, aguardando um fragmento que fosse. Uma pista qualquer que me desse um norte.
Esperar uma palavra pra canção, uma rima, uma frase que encaixe na métrica. Uma solução. A espera pode ser cruel ou prazerosa. Depende de você.
Aqui onde estou, Maroon 5 na trilha ao fundo, quer dizer, mais ao alto do que ao fundo, me embaralha o pensamento. Tento pensar em coisas que demandem uma boa espera e a música atrapalha ao invés de ajudar. Não é um viés. Não dessa vez.
Por que esperamos? Esperamos antes de entrar em cena. Esperamos as cortinas se abrirem. Esperamos os aplausos. Às vezes eles nunca vêm. Esperamos o silêncio, a pausa. O grito. O brado. Esperamos a loucura. À exaustão.

Esperar.

Esperar.

Esperar.

O cansaço passar e então retomar.

O milagre acontecer. 

O tempo prever.

A chuva passar.

A noite entrar.

Meu amor voltar.

Esperar dias-meses-anos-segundos. E a tua voz vem bem em qualquer espera, em qualquer tempo. No tempo dela.