segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Decalque ou recalque?

Sentado ao lugar de sempre, cadeira e mesa de sempre. Café duplo e uma água com gás para acompanhar. Calor e filtro solar fator 50. Só assim pra suportar o clima escaldante de Santa Maria. O Pedro Bial é que tá certo: use filtro solar. A decisão é sua!
Mas não é disso que eu vim falar... o que eu vou falar hoje? Ah, lembrei de uma história.

Neste tempo todo de estrada, entre outros fatos, era, é, será, recorrente a "gentileza" de o dono de um estabelecimento "presentear" o artista com um adesivo contendo a logo do bar. Adesivo este, de preferência, próprio para o carro. Não é preciso dizer que passei a vida toda recusando este acessório. O que, às vezes, gerava uma espécie de desconforto entre as partes. Eu tentava explicar, inutilmente, tentava, que meu carro desapareceria em meio a tantos adesivos(risos). Na verdade eu tenho aversão a este tipo de coisa. Colocar um ou dois adesivos vá lá, mas encher o carro de adesivo é demais, né?
Já vi e conheço músicos que colocam no "case" do instrumento e achei bem banaca. Claro que essa observação é antiga e, a decisão/comparação é nova.
Tudo me leva a crer que serei mais um a aderir à "moda" do case estampado(risos).

No meu tempo chamávamos isso de decalque.

À propósito, a mesa continua bamba...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mesa bamba

Frequentar um local com a mesa bamba é um martírio eterno no tempo em que você ficou ali.
No caminho pra cá, caminhando contra o vento, vinha forçando a cuca pensando no que iria escrever. Foi só chegar ao lugar de sempre, sentar à mesa de sempre pra tudo tomar forma.
Tomar um café numa mesa bamba, jogar xadrez numa mesa bamba, jogar poker, canastra, futebol de botão, buraco, gamão, sinuca, pra citar alguns, é uma tarefa perturbadora. Ir à um bar pra tomar um chopp, sentar com os amigos, pedir um petisco e a mesa lá, bamba, é um erro imperdoável, intolerável!

Fazendo uma simples comparação, o desequilíbrio da mesa é igual a nossa vida. Às vezes ela também fica bamba, se desequilibra, entorna, e ficamos desesperados tentando recoloca-la de volta no eixo, no nível. Tem vidas que passam a VIDA toda na corda bamba. Tem vidas que balançam pra lá e pra cá, no balanço das ondas. Mas é completamente impossível ficar no centro.

Vai ver que as mesas de bares, cafés e restaurantes também saem do prumo por conta própria.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O som

Me contaram uma história de que eu fora prejudicado pelo som. Que novidade! Fui prejudicado pelo som a vida toda. Mas não mais injustamente do que o Tim Maia(risos).
O equipamento de som que uso nas apresentações não é sempre o mesmo. O que às vezes compromete sua qualidade. Nesses 20 anos de estrada(Nossa, tudo isso?) passei metade desse tempo juntando esforços para adquirir um equipamento que atendesse minhas humildes expectativas. E não foi nada fácil. Confesso que ainda não atingi o ponto alto desta questão. O problema é parar a obsolescência programada tecnológica, que não tem planos de parar.
Mas voltando ao som... na maioria dos casos o som é contratado separado e são distintos, variáveis. O que pode deixar o show ótimo, morno ou em péssimas condições.
Tenho uma tese bem prática que funciona da seguinte forma: se o artista for bom e o som ruim, o artista será bastante prejudicado. Se o artista for ruim e o som bom, não fica tão feio. Podendo o artista sair-se bem, inclusive "crescer" durante o show. Agora, se o artista e o som forem ruins, ah meu amigo, não terá jeito. Nem com a pecinha atrás do botão(o técnico).
Estes são parâmetros simples e servem pra ilustrar a realidade de músicos(artistas) que dependem de uma sonorização confiável.
São tantas as circunstâncias que podem prejudicar um show que a culpa no som acaba se tornando terminantemente banal. Mas isso fica prum próximo post...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

What song are you listening to?

Calçadão de Santa Maria: avisto uma dezena de pessoas portando fones de ouvido e fico com uma vontade/coceira de querer decifrar o que estão ouvindo. Boto no Facebook uma frase comentando a cena. Uma amiga me manda um link do You Tube intitulado "What song are you listening to?" Algo como 'que música você está ouvindo?' Neste vídeo, um repórter, um curioso ou um desocupado, aborda transeuntes (portando headphones) e pergunta o que estão ouvindo. Me deu uma imensa vontade de fazer isso.
A postagem rendeu uma pequena discussão sobre o gosto musical dos passantes. Ou seja, a resposta poderia até ferir o bom gosto musical dos mais intelectualizados.
Outra coisa bem relevante: quem escuta música em seus fones SÃO pessoas discretas. Será? Ou se preocupam que o que estão ouvindo VÁ interferir no mundo? Ou não VÁ interferir? No mundo de quem?
Comparando: quem passa de carro com o som no último volume contribui para um mundo melhor? É pra vender o som ou pra pegar mulher? Que mulher é atraída por esse tipo de coisa?
A impressão que eu tenho, pra seguir pressionando a tecla, é que pessoas que tem "bom gosto" escutam música eu seus fones, imersos em seu mundinho musical. E pessoas que tem o gosto mais escrachado, insistem em dispersar o som aos quatro pontos cardeais. Concordam?


Escutar música nos fones é uma forma saudável de fugir da realidade e da poluição sonora/visual a que estamos expostos.



Levantar essa questão deu tanto pano pra manga que resolvi fazer um trabalho na faculdade sobre essa cultura inquieta oculta, que só os ouvidos sabem.

My favorite song is music... All.