quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Eternal struggle

"Só é lutador quem consegue lutar consigo mesmo". Para abrir os trabalhos da semana uma frase de Drummond, que se faz necessária.
Como é difícil vencer a si mesmo, hein? Então emendo outra frase que completa esta: "quem vence os outros é forte, quem vence a si mesmo é poderoso", frase atribuída ao famoso filósofo chinês Lao Tsé.

Como resistir ao doce? Não sentir ciúmes? Como adestrar a paciência? Como vencer a si mesmo?
Aposto que já nos perguntamos isso...

Tem gente que passa a vida tentando vencer os próprios limites. Os atletas, por exemplo. Mas existem pessoas comuns que também fazem isso. E não é nenhuma prova de quebrar recordes e sim, uma luta diária, consigo mesmo.
Largar vícios e se reprogramar requer uma força de vontade gigantesca.

Enquanto tomo meu café, uma força vinda, não sei de onde, começa a frear meu raciocínio e desviar as atenções de minha mente, jogando-as para o alto. Memórias começam a surgir. Faço um breve retrocesso de minha vida até aqui e me dou conta de que venci muitas batalhas travadas comigo mesmo.

Como deixar de comer batata frita? Ficar sem café? Nem pensar!

É uma eterna luta diária, de todo mundo... cada qual com seu caminho...

P.S. Escolhi o título do post em inglês por parecer mais sonoro mas acho que me enganei(risos). Agora fica assim.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

No mesmo barco

Se todos os músicos estivessem no mesmo barco provavelmente estariam brigando pra tocar na banda do navio. Os que sobrassem teriam inveja dos que conseguiram.
Na hora de algum solo não faltaria candidatos pra dizer que fariam melhor. Se o cantor desafinasse então, a crítica seria pesada. Também não faltaria palavras pertinentes pra falar mal do som. E músicos não faltariam pra botar a culpa nele. Quem? No som!
Todos os estilos no mesmo barco, viajando juntos. Porém, alguns na primeira classe e, com direito a frequentar a cabine do Capitão. Os da segunda classe seriam aqueles que tentariam de tudo pra viajar de primeira classe, chegando ao ponto até de baixar o cachê. Os da terceira classe seriam os esquecidos. Seguiam viagem descascando batatas no porão. Um dia foram da primeira classe e o sucesso passou rápido demais. Ego demais. Drogas demais. Exposição demais.

No mesmo barco sobre o mesmo tapete. Sob a mesma luz. Todos os estilos.
Pra tocar na rádio do navio só quem podia mais. Senão só em programa da madrugada, uma vez por mês. As regras eram cruéis!
Uma vez por semana um encontro "imprevisto" no café do navio. Pra que? Falar mal dos outros, músicos!
Isso sem contar em quem acha que o seu instrumento é melhor ou invejar o instrumento alheio.

Se ocorresse um naufrágio só teriam botes para a primeira classe. Neste caso, o Capitão, maestro nas horas vagas, seria o primeiro a abandonar o navio.
Alguém é louco de fazer um cruzeiro desses?
Melhor é fica à deriva numa ilha deserta e tentar outra profissão...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ah, se minha planta falasse

Não tenho a menor vocação pra cuidar de plantas. Meu caso de amor com as plantas é um descaso total(risos).
Minha mãe sempre insistia pra eu comprar uma planta, por mais simples que fosse. Eu fingia não escutar. Até que ela resolveu me dar uma. Toda vez que nos falávamos ela perguntava da planta. 'Tá lá no canto dela, quietinha', eu respondia. Daí eu LEMBRAVA da planta, que a essas alturas já estava toda seca. Enchia ela de água achando que dava água prum camelo, que não haveria consequências.
E a novela não parava aí, pois ficava trocando a planta de lugar: varanda, área de serviço, pátio, churrasqueira, sacada. E a planta não gostava de nenhum dos lugares(risos).
O pior era minha mãe aparecer e constatar de que eu não cuidava da planta, já que fora minha incumbência.
Pô, se as plantas falassem iam facilitar a vida de muita gente como eu...
"To com sede","quero ficar no sol", "quero ficar na sacada"...
E se eu disser que enquanto conto esta história tem uma planta em casa me esperando? É demais, né?(risos).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aplausos ou vaias?

Às vezes gostaria de sobreviver de aplausos ou de elogios. Mas aplausos e elogios apenas massageiam o ego da gente. Pagar contas nem pensar. Digamos que são mais um complemento da vida do artista, assim como compor, tocar, etc. Será? Compor, tocar faz parte de dom, do talento. Receber aplausos é uma consequência... se o artista for bom. Ao contrário, não serão aplausos e sim, vaias.
Já li em algum lugar que é melhor receber vaias do que nada. Nelson Rodrigues dizia que as vaias são os aplausos dos desanimados. Por um lado ele tem razão. Mas quem vai aos shows sabe o que vai encontrar, né? Ou não sabe?
Nos saudosos festivais da canção, onde a concorrência era proeminente, as músicas propostas estavam ali buscando uma classificação, um prêmio. Ou ainda, usar o pano de fundo contextual para protestar contra a ditadura. Seu público predominante era a juventude, que compondo seus "grupos" apoiavam esta ou aquela canção preferida. Aplausos e vaias, muitas vaias eram inevitáveis.
Tirando o axioma "toca Rauulll", eu digo que o público hoje em dia é bastante moderado comparado a tempos anteriores.
Sobram aplausos e faltam vaias. Faltam aplausos e sobram vaias.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Anseio

Detesto filmes que demoram pra começar. Músicas que a voz demora pra entrar. Aperto logo o botão pra apressar. Sou ansioso por natureza. Ficar em filas pra mim é um martírio. Fila de banco, supermercado, restaurante. É um saco!
Não curto multidões. Multidão só serve pra mergulhar na solidão. Solidão às vezes me faz ficar cheio, repleto.
Um músico que não gosta de multidão só pode ser anormal, né? Que isso, só vale se eu estiver no palco e a multidão na frente, então fica tudo bem, pra não dizer perfeito!
Fazer compras eu gosto, se o mercado não estiver muito cheio. Senão fica todo mundo se atropelando. Sabe o horário ideal de ir ao super? Depois do meio dia! Fica beem tranquilo. Ver as coisas com calma, calcular os preços. Mas não perco a esperança de ter um supermercado só pra mim. Vai sonhando, amigo!

Tenho plena convicção de que revejo mais filmes do que assito filmes novos. A indústria cinematográfica anda tão fraca de conteúdo que prefiro reassistir filmes. O que sobra para a musical? Reouvir músicas. Atemporalidade é a ordem do(s) dia(s). Dias sem fim.

Tem um cara aqui na mesa ao lado com um notebook igual ao meu, até a cor. Brinco com ele sobre liquidação? Eis a questão. Que termo antigo. Hoje se fala Outlet(risos). Melhor não falar nada, o cara pode não gostar. A ânsia capitalista com o desejo socialista está em todos os lugares. A logo marca importa(importância) mais do que a máquina.

Tenho plena convicção de que sonho mais que estou acordado do que de olhos abertos sonhando.

Eu volto.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O futuro da música

Qual será o futuro da música?
Primeiramente, pensei nisso no sentido amplo, universal. Depois achei melhor entornar pro meu bairro. Então extendi até a região, pra poder aumentar as probabilidades de exemplos reais possíveis. Logo alcancei o estado e quando me dei conta já estava no país todo.
A música hoje está doente, debilitada, mas com os bolsos cheios. Os meus é que não estão! Infelizmente! Uma pena, ia ajudar tanta gente. Melhor me candidatar, né?
A cena musical e o sucesso são efêmeros e isso não vai mudar. O sucesso é um sonrisal, que dissolve em água num instante. O tempo da música, em seu formato, diminuiu pra caber mais e mais propagandas e o tom musical (pro vocalista) aumentou pra ficar mais apelativo - expressivo.
Acredito que a música seja como o amor, com o mesmo poder de transformar. A música liberta. Te leva a outros lugares. É companheira na fuga. Na solidão. Momentos bons e ruins.
Ora, que a música é uma coisa boa, não resta dúvida. O acontecimento dos acontecimentos.

Pausa... comecei tomando uma Coca, passei pro café e agora vou pro chopp! Efêmero, como a música. Meu happy hour iniciou cedo, hoje. Nota-se aqui que estou num ponto comercial, um café, por exemplo.

Mas ainda me pergunto: qual o futuro da música? Insisto!
Leva-la pra qualquer lugar? Pode ser. A tecnologia compactou incontáveis horas de música numa caixinha que você leva no bolso. O futuro é leva-la o mais longe possível.

Mas voltando a questão da música doente... não quero polemizar. Não vou perder meu tempo falando disso. Na minha posição o legal é não se posicionar. Quem sabe um dia ainda quebro o silêncio e falo algumas verdades. Afinal, a gente passa a vida toda lutando pelo que acha certo e muitas vezes isso vira um exército de um homem só. A questão resulta em sobreviver. Só gostaria de que a classe fosse unida. Ela é, unida aos panelões!

O futuro da música é seguir tocando. Este é o caminho, o caminho da música! Só não sei até quando...

Eu volto.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Meus heróis

Bem vindo outubro!
Noite chuvosa, café e leitura, o que mais posso querer? Só falta o tema.

Tava pensando no que o Cazuza dizia sobre seus heróis morrerem de overdose... pois sim, tive alguns deles também. Mas meus heróis reais morreram de AIDS! O próprio Cazuza, Renato Russo e, até onde se sabe, o Zacarias, dos Trapalhões e, Freddie Mercury, do Queen. Heróis estes, que estavam um pouco mais ao meu alcance, no quadrado do vídeo.
Cazuza foi um poeta, e me influenciou muito quando eu tinha 15 anos e ensaiava minhas primeiras letras.
Com Renato Russo não foi diferente: sua potente voz, seu desprendimento engajado, o raciocínio rápido em suas composições me chamaram a atenção e, por um tempo me espelhava nele.
Zacarias era um trapalhão diferente. Ele tinha uma luz instantânea, com seu humor e seu jeito, por vezes tímido, espalhavam graça ao redor. Era de uma ingenuidade pura e fez muita falta no humor brasileiro.
Freddie Mercury também me surpreendeu pela potência vocal. Sua maneira de interpretar era algo único. A primeira vez em que ouvi "Love Of My Life" foi um tiro no coração! Essa canção ficou ecoando durante minhas elementares viagens as cidades vizinhas. "We are The champions" era uma música que levantava qualquer baixo astral.
Um tempo depois vi na TV o show Barcelona, em que Freddie cantava com a cantora lírica Montserrat Caballé. Foi realmente incrível! Duas grandes vozes se digladiando(no bom sentido) e emocionando o mundo inteiro.
Essa turma está fazendo falta. Se estivessem vivos, Cazuza e Renato provavelmente seguiriam a moda neo literária e, paralelamente a seus trabalhos, lançariam livros. Zacarias, quem sabe, estaria na turma do Didi. Freddie, após uma longa carreira solo estaria reativando o Queen para uma possível "digressão"!
É isso, por hoje é só...