segunda-feira, 23 de junho de 2014

Carona

Constantemente fui compelido a não dar carona para pessoas estranhas. Aquela coisa de conselho de mãe, de avó.
Numa dessas viagens à trabalho, pelas cidadezinhas da região, passei próximo à
UFSM(Universidade Federal de Santa Maria), e vi um rapaz acenando. Tive um ímpeto de parar. Foi automático. Perguntei o destino e ele confirmou que ia pro mesmo lugar que eu. Pedi pra embarcar e seguimos viagem. Notei que era ligeiramente tímido e conversamos somente o básico. Também falei pouco de minha vida pessoal, inclusive preservei minha profissão. Quando falo que sou músico todo mundo me pergunta o nome da banda(risos)e tenho de explicar que não faço parte de nenhum grupo e que toco sozinho. Sozinho? Sozinho como? Voz e violão, eu respondo sempre.
Bom, a viagem seguiu seu curso e passei a perceber um rapaz incrivelmente humilde, de fala simples e um alto nível de aplicação nos estudos, dado o teor da conversa.
Enfim, chegamos ao local acertado: ele se despediu, agradeceu e me desejou uma boa festa(eu estava indo tocar numa formatura). Eu desejei-lhe boa sorte!

Quando me afastei um pouco dali fiquei com a sensação de dever cumprido. Como se eu tivesse obrigação de dar aquela carona. Vai ver o cara é uma pessoa boa!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Napoleão

Quase todo mundo sabe como Napoleão perdeu a guerra, na chamada batalha de Waterloo, nas imediações da cidade com o mesmo nome, na Bélgica. Foram 113 mil aliados(Prussianos, Austríacos, Britânicos e Holandeses) contra 72 mil franceses. Dizem que foi derrotado duas vezes por sua hesitação, o que culminou num confronto decisivo. Até aí, tudo bem, mas não vim aqui dar aula de história, basta pesquisar na www.


O que quero dizer é que, refiro-me bastante à Napoleão, quase o tempo todo, sempre quando uma coisa falta, quando vejo alguém indeciso ou numa situação de dúvida. Na vida de músico então, frequentemente surge uma menção. Já explico:



Há uma pluralidade de episódios permeando essa condição, como esquecer uma pecinha indispensável para o funcionamento de um equipamento, algo como um simples cabo de força. Sem ele o equipamento não funcionaria, não é mesmo? Pois é, mas muitas dessas "pecinhas" são esquecidas e o total esquecimento delas é, por mim, atribuído à Napoleão. "Napoleão perdeu a guerra porque esqueceu tal pecinha"(risos).



Uma vez o outro músico esqueceu de levar o pedestal(aquele objeto que segura o microfone). E tivemos que improvisar pedindo para a namorada dele ficar segurando(o microfone, não o que você ficou pensando). Daí novamente a perda da guerra de Napoleão foi reescrita: Napoleão perdeu a guerra porque o fulano esqueceu o pedestal(risos).



Uma vez fomos tocar numa cidadezinha próxima e no meio do caminho o baterista percebeu que havia esquecido o pedal do bumbo da bateria. Estávamos na metade do percurso, é verdade, mas tivemos que dar meia volta. Voltamos e chegamos a tempo de jantar antes do show. Por pouco a frase não ecoou da minha boca.



Outra vez uma namorada ficou indecisa na hora de escolher um picolé (e olha que ela já havia aberto o freezer da loja). Eu fui inventar de dizer que a indecisão fez Napoleão perder a guerra. Ela ficou furiosa comigo. Após esse evento decidi parar de regular ou questionar a indecisão das pessoas.



Dizem que essas frases não devem ser ditas, de forma alguma, na frente de vestibulandos. Vai que eles acreditam(risos).



Este post ficaria recheado de histórias mas prefiro contar só uma parte. E eu continuo a falar: Napoleão perdeu a guerra por causa disso ou por causa daquilo.