quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

#tbt: Paris, dezembro de 2017





Caminhava pela rua, na chuva, entre as pessoas e os carros; parecia perdido... (havia me afastado um pouco do grupo de brasileiros que estavam comigo). Meus pensamentos iam longe. Minha mente sugeria um sutil questionamento sobre a condição de estar em Paris e de como chegara até ali. Derrepente, acabei em frente a Academia Nacional da Música. Coincidência? Acho que não. Como se a música tivesse o poder de me atrair, da forma mais sobrenatural possível. 
Uma vez... Quase desisti de tocar, pois, alguns contratempos me fizeram acreditar que naquela altura seria a coisa mais sensata a se fazer. Talvez devesse ter escutado meus pais e ter ido estudar. Bom, mas isso é uma outra história.

Fazendo um balanço até aqui... Só posso agradecer pela oportunidade de estar vivendo uma experiência como esta. Acredito que, se as pessoas tivessem alguma chance de conhecer o mundo e ver com seus próprios olhos, explorar outras culturas, constatar que existem outras realidades, nunca mais reclamariam de coisa alguma, por mais insignificante que seja. Vi uma família de refugiados Sírios no metrô: a mulher e uma criança (de uns seis anos) estavam sentadas, ao chão, enquanto o pai, em pé, pedia dinheiro. Aquela cena me tocou de uma forma que jamais conseguirei esquecer. Um sentimento de impotência tomou conta de mim e tudo o que eu podia fazer era seguir em frente, e tentar encontrar uma explicação em algum lugar da minha mente, em vão. E a cena se repetiu por cada corredor percorrido no imenso labirinto ferroviário de Paris. 

Não passei a virada do ano como queria, junto das pessoas que amo. Mas estar aqui é uma das coisas mais incríveis que me aconteceu. Por isso, desejo que nos próximos 365 dias, tenhamos a oportunidade de amadurecer. Lutar pelo que é certo e, principalmente, fazer o bem. No final, é somente isso que importa.


Obrigado Paris.






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