segunda-feira, 25 de abril de 2011

Bullying

Quando garoto era ora tímido ora comunicativo. Somente me soltava na presença dos amigos mais chegados. Sempre fui muito magro e por causa da singular silhueta era constantemente alvo de todo tipo de brincadeiras e apelidos. A imaginação das crianças naquela época corria solta(risos). Pudera, não tinhamos acesso a nenhum tipo de tecnologia. Só restava a imaginação mesmo. Perdi a conta de quantas vezes fugi dos valentões do colégio. Parece que eu os atraía facilmente. Lembro de um episódio em que tive de me esconder na casa de uma colega até o valentão - cansar e - ir embora.
Tive uma criação bastante ortodoxa devido meu pai ter tido a dele. 
Não existia uma preparação para o que viria a acontecer na escola: achava que seria um lugar pra estudar, fazer amizade, esportes, etc.
O que acontecia também, e essa era a parte boa, era que havia uma forma de brincadeiras perfeitamente saudáveis, de "mexer" com os amigos, colegas da mesma turma. Claro que, às vezes, as coisas fugiam um pouco do controle e a gota transbordava a taça do sofrimento. Não foi fácil para mim como acredito não ter sido fácil pra muita gente.
Essa "perseguição" só acabou ou diminuiu quando me tornei mais popular na escola. Primeiro através do desenho e depois pela música. Estava sempre participando de concursos de desenhos representando a escola e mais tarde os shows de calouros. Se bem que isso despertava a ira "daquela turma" outra vez: a dos valentões! Ser notado na chegada, hora do recreio e na saída da escola pelas meninas já bastava pros valentões pegarem no meu pé novamente. Era complicado ficar e enfrentar já que andavam em número maior. Me restava ficar e apanhar ou fugir. Quando conseguia escolhia a segunda opção já que a primeira era contra meus princípios.
Passei um tempo assim até as coisas melhorarem. Mudar de escola pode ser melhor ou simplesmente ser... o fim! Um saco de pancadas e uma salada de imaginações completamente novas. Um repertório atualizado daquilo que você conhecia bem, e detestava.
Resolvi criar um campo de força a minha volta. Selecionava o que queria ouvir e usei a arte para minha proteção assim como filtrava melhor as amizades.
Não morri por isso, e acredito que não me fez muito mal, a não ser em alguns momentos. Acho que podemos vencer essa questão através de uma boa educação familiar e um embasamento psicológico dotado de amor e carinho! Pra que nossos filhos não precisem passar o mesmo que passamos. Pra gerar mais harmonia e respeito no ambiente educacional de nosso país.
Devemos parar com isso!

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