terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Profissões

Nem sempre fui músico. Paralelo a isso fazia alguns "bicos". Profissão pra mim era ser músico! Uma coisa que tinha em mente era que um dia ia me sustentar com a música. Após aquele primeiro "contato" com o violão tive meu primeiro emprego.

Meu primeiro "emprego" foi de entregador de leite. Meus pais compravam leite de vaca e dois caras em uma carroça iam entregar em casa. Acontece que fiz amizade com esses caras e passei a fazer parte da "equipe". Acordava pela manhã bem cedinho pra espera-los, subia na carroça e íamos do bairro ao centro, onde seria o final da linha. Por incrível que pareça ainda lembro de seus nomes, mas prefiro não cita-los. Chegando no final, perto do meio-dia, ganhávamos um trocado pra gastar no que quisessemos: eu e o outro "guri". Falei que eram dois, o mais velho que era o dono do negócio e o guri que o ajudava a entregar o leite. Bom, eu gastava sempre em doce, ou pipoca. Nunca fui de poupar, não pensava no amanhã, vivia o meu hoje. Parece que não mudei muito, não.

Meu segundo emprego foi vendedor de picolés. Carregava um isopor com uma alça pra que pudesse levar embaixo do braço. Gritava bem alto: olha o picoléééé chamando a atenção dos vizinhos. O pagamento não era diferente do outro emprego: ganhava ao final do expediente 2 picolés ou 1 sorvete. Notoriamente eu não tinha vocação pra empresário(risos).

Meus tios tinham uma tele-pizza que não tinha telefone!(só essa frase já diz tudo, né?, ou com essa frase dá pra supor que vem piada pela frente). Meu tio mandou recado pelo meu pai que queria falar comigo no dia seguinte. Sabendo que ele tinha uma moto que não usava fiquei excitado, imaginando que ele estava precisando de um entregador e me quisesse para o cargo. Chegando lá não era nada disso: bom, a tele-pizza tinha telefone, sim, mas à 2 quarteirões dali e não era um orelhão, o telefone ficava na casa dos pais do meu tio . Eu devia permanecer "perto" do telefone onde ficaria minha tia, que receberia o pedido, logo agarraria uma "bike"(que consegui emprestado com um primo que não ia usar mesmo) e levaria o pedido da pizza até onde estava a base, ou seja, a pizzaria. Parece pegadinha mas não era. Contando ninguém acredita. Fazia umas 30 viagens por noite e quando acabava estava cansado e com fome. Aí entrava o pagamento(que tava mais pra permuta): meia pizza por noite! Enjoei de tanto comer pizza. Ah, vale a pena acrescentar: a bicicleta era uma Monark vermelha com freio no pedal.

Meu próximo emprego seria de empacotador de supermercado. Naquele tempo não existiam essas sacolas de plástico que tem hoje. Eram sacos de papelão. O trabalho era ótimo, ficava puxando papo com as caixas o tempo todo e inclusive tinha uma menina que guardava os "cacetinhos" pra mim antes que acabassem. Além do salário fixo(que eu achava razoavelmente bom) tinham as "gorjetas" dos argentinos, que me davam liberdade de abastecer nossa despensa todos os dias, pra orgulho de meus pais. Todo dia levava pão, manteiga, café, salame, presunto, queijo, etc. Mas o que é bom dura pouco. E durou só dois meses. Um dia um dos chefes passou com compras no caixa em que estava e demorei pra guardar suas coisas na sacola. No outro dia recebi aviso. Mas foi uma boa experiência!

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