segunda-feira, 13 de maio de 2019

Intercâmbio

O papo de hoje será sobre intercâmbio... E tem coisa melhor do que falar sobre viagem?

A oportunidade de intercâmbio surgiu enquanto caminhava. Lá estava eu, refazendo um plano mental dos afazeres para aquele dia, quando me lembrei que tinha lido o edital sobre estudar fora do país. Aquele assunto havia ficado em meu subconsciente e de tempos em tempos, um aviso sonoro insistia em me lembrar. Não preciso dizer que fiquei imediatamente eufórico com a novidade, pois pensava que no alto dos meus quarenta anos tal possibilidade seria um tanto remota.

A próxima etapa foi correr atrás da documentação necessária, mas não sem antes verificar o currículo Lattes e constatar de que teria média suficiente que me garantisse uma vaga nesta aventura. Dei uma turbinada no currículo (que era um item indispensável para preencher a ficha de inscrição) e pulei para a próxima fase: o encaminhamento de meu primeiro passaporte. Sim, uma verdadeira emoção se instalava em minha vida. A hipótese de viajar me encorajava, afinal, possuía um atributo importante a meu favor, a maturidade.

Com a documentação devidamente acertada, mais o passaporte em mãos, o próximo passo foi pesquisar uma passagem que coubesse no bolso. Para minha frustração, os valores estavam bem acima do planejado, fazendo com que eu optasse apenas pela ida, imaginando que, quando regressasse, a economia do país colaborasse para o congelamento dos preços, fato que se confirmou mais tarde.

Nesse ínterim, precisei ir à capital pegar um documento para atestar o seguro de saúde ou o seguro viagem. Neste caso, há duas coisas a se fazer: pagar um valor mais alto para adquirir o seguro em uma agência de viagens ou, tentar conseguir um no Ministério da Saúde, de graça. Optei, por minha conta e risco, pegar o gratuito, embora ele só pudesse cobrir minha estada no território português.

Passagem comprada e passaporte na mão!

Terminado o semestre na universidade e eu não conseguia esconder a ansiedade. Afinal, seria a primeira vez em que iria viajar para fora do país. É bem verdade que já havia viajado de avião antes, então o nervosismo não era por este motivo e sim, pelo fato de que pensava nas coisas que iriam ficar para trás. Bem, isso não foi nenhum problema. Precisava olhar para a frente. E o futuro tinha indícios de que seria muito, muito generoso comigo.

Para evitar sobressaltos e não parecer desavisado, resolvi assistir a todos os documentários e vídeos possíveis sobre Portugal. Qual a diferença do português de lá? O que falar e o que não falar. Regras de etiqueta: o que eles consideram ofensivo. Dicas de convivência, etc. Queria estar bem informado. Também fiz uma breve consulta sobre o local em que iria estudar, a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, a Utad.

Bom, uma coisa já me deixava mais tranquilo. Havia conseguido vaga nas residências Além-Rio, uma espécie de casa do estudante. Um lugar fascinante e super equipado com refeitório (não vou passar fome), lavanderia, aquecimento central (nem frio) e internet sem fio.

No próximo post contarei como foi a minha chegada por lá e as primeiras impressões sobre estar do outro lado do oceano.

Até já!


*Foto: Parque Corgo/Vila Real/Portugal: acervo pessoal.