terça-feira, 11 de junho de 2019

Vila Real


Chegando em Vila Real... Desci no terminal e apanhei um táxi. O motorista era um senhor bem-falante e meio que imediatamente percebeu que eu era brasileiro (risos). Depois de perguntar o que eu pensava sobre os rumos da política no Brasil, ele me deixou no endereço combinado: Residências Além Rio, uma espécie de casa do estudante. Um complexo com 4 prédios bem distribuídos e que ficavam um pouco afastados do centro da cidade.

Ao descer as malas e caminhar até a recepção, conheci a pessoa que seria meu anjo da guarda durante todo o tempo em que fiquei por lá: dona Maria Helena. Uma senhora muito simpática e que lembrava muito a minha avó. Tinha o sotaque português bem carregado e logo nos tornamos bons amigos. Assim que realizei o check in, recebi as chaves do que seria meu quarto nos próximos 3 meses.


O quarto era pequeno. Tinha duas camas de solteiro, uma à direita e outra à esquerda, encostadas na parede. Duas escrivaninhas para estudo e uma janela, com vista para um parque. Sim, as residências ficavam próximas a um parque (Parque Corgo) que era bastante arborizado. Um guarda-roupa bem funcional e um banheiro com aquecimento central completavam a descrição do espaço. Meu colega de quarto também era brasileiro, o Lucas. Um mineiro super gente fina, de Belo Horizonte, estudante de Engenharia Civil. Só fui relaxar após uma ducha bem demorada e um mate bem cevado, na bucólica paisagem do parque Corgo.



Fotos: acervo pessoal.

Porto


Chegando em Porto... Aqui comecei, de fato a sentir o cansaço. Estava exausto após encarar, no total, as quase quinze horas de voo, entre escalas e troca de aeronaves. Desci na estação de Campanhã e avistei um guarda para pedir informações. Perguntei como fazia para chegar ao terminal rodoviário. Lá alguns lugares são chamados de Central de Camionagem. Bom, ele disse assim: tens que pegar o métro, o métro. E eu sem entender, pois, as vogais deles são beemm fechadas. Depois que o guarda, já sem muita paciência, repetiu umas cinco vezes, eu entendi que estava se referindo ao metrô (risos). Encontrar a estação a partir dali não foi muito difícil. Ainda ganhei um ticket válido de uma moça que havia me informado o local correto para embarcar no... métro.

Desembarquei na estação Campo 24 de agosto e, a rodoviária ficava há alguns metros dali. Foi o tempo de aguardar uns 30 minutos até a chegada do ônibus. Como havia consultado toda a rota ainda no Brasil, sabia que meu destino final estava há 90 quilômetros dali. Só queria encostar minha cabeça na poltrona do coletivo para descansar um pouco. E assim o fiz.




Chegada em Lisboa




Após uma viagem de cerca de dez horas (sem mencionar as escalas) chegamos em Lisboa. Escrevo no plural porque o Bruno, um de meus melhores amigos, viajou comigo até a capital portuguesa. Chegando lá (após uma noite inquieta enquanto o avião atravessava o Oceano Atlântico) minha primeira impressão foi avistar o céu lisboeta num tom meio cinza... Ainda era cedo (havíamos viajado durante toda a madrugada) e nos encaminhamos para os guichês, onde faríamos a entrada oficial no país. Depois de aguardar um tempo relativamente não muito longo na fila, nos dirigimos para um corredor, em direção ao metrô. Descemos na Estação Oriente, e dali pra frente seria cada um por si. Meu amigo Bruno, pegaria um trem direto para a cidade de Covilhã, onde iria iniciar o mestrado em Relações Internacionais. Eu teria mais quilômetros para percorrer, pois além do trem até a cidade de Porto, tomaria mais um ônibus até Vila Real. Engraçado que não consigo me lembrar qual trem chegou primeiro... Quem embarcou antes? Me recordo de que o Bruno (sempre prestativo) resolveu ajudar uma menina brasileira ao apontar o vagão correto que ia para a cidade de Évora. Bom, não importa. Depois de estar no trem, ou Comboio (como é chamado por lá) procurei relaxar e apreciar a paisagem, mas como havia comido uma maçã que tinha restado do café da manhã no avião, acabei ficando enjoado e ainda por cima tive que suar frio por causa do sacolejar do vagão. Chegara a conclusão de que o que me fez mal foi ter devorado a fruta com o estômago completamente vazio.

Continua...