sábado, 26 de novembro de 2011

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Todos temos um ponto de interrogação. Já nascemos com ele. Nas perguntas de aprender. Perguntas normais. Perguntas banais. Escrita. Sinais. Idade. Família. Sexualidade. Contas. Segundos. Horas. Dias. Meses. Anos... Tudo é perguntável. Depois vem os porquês.
A gente pergunta tudo pros nossos pais. Depois vamos perguntar pros tios, pros avós. Em seguida os professores assumem a incumbência de ensinar a ler e a escrever, somar. O resto a gente vai vendo, seguindo a fila.
Não saber por que estamos aqui é uma constante. Terra. América do Sul. Brasil. Rio Grande do sul. Santa Maria. Diacho! E ainda tem que decorar tudo. Se esquecer perguntar outra vez.
Não se pode encurtar o caminho. Antes de chegar na resposta primeiro vem a pergunta. E será assim, de geração a geração.
Quando passamos a perceber as coisas nos deparamos com moldes pré estabelecidos. Eles já existiam antes de nossos pais, nossos avós. Logo, adotamos conceitos arraigados em nossa família. Questões que talvez nossos pais, lutaram para manter. Vamos nos espelhando nos familiares mais próximos e decidindo o futuro, na profissão, religião, escolhas. Alguns desprendem-se dos pais e procuram alçar mais longe. Fazem escolhas mais complexas. Questionam leis e ensinamentos históricos. Criam sua própria opinião, idiossincrasia. E não importa tudo isso, a interrogação os consome, nos consome. Pra cada coisa, ato, fé, Mc Donalds, Ford, Gibson, Häagen Dazs, existe uma bendita interrogação... ?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

De todas as coisas que eu posso ser, não quero ser saudade na vida dos meus filhos. Saudade é um aditivo melhor empregado no amor. Não serve pros filhos. Pelo menos quando esses são ainda pequenos. Logo atingem a vida adulta o destino/profissão/casamento e outras responsabilidades se encarregam de separa-los da gente. É a vida. Aí sim, a saudade surge como um alento(ilusão) quando temos os filhos mais longe.
É engraçada, a vida. Morei com meus pais até os 20 anos. Convivi com meu pai todo esse tempo. E ele passava comigo conforme sua profissão lhe permitia. Chegou a ter dois empregos quando minha mãe ainda não era professora. Ele trabalhava na prefeitura de dia e, à noite dirigia um táxi. Bem mais tarde a casa foi ficando inteiramente pra mim. Pelo menos as tardes, pois ambos operavam. Não cheguei a sentir uma ausência constante de meu pai. Pelo contrário, ele estava sempre ali. O que não havia era uma comunicação mais profunda, até então perfeitamente compreensiva dado os moldes do ambiente progenitor. Não quero culpar nem julgar nem difamar meus antepassados por passarem uma fórmula que eles acreditavam que era sinônimo de criação exemplar. Estou, sim, comentando um fato pra chegar de volta a mim.
Hoje, longe daquele passado, as coisas funcionam léguas diferente. O futuro, a tecnologia, o formato diversão se modificaram. Todas essas questões nos ajudam, não só a andar pra frente mas, educar, presenciar e "tentar" participar de uma ordem mais próxima, imediata no contato com os filhos.
Ter filhos de relacionamentos distintos não deve(ia) ser uma parede e sim, algo que se pode adicionar qualidade ao invés de quantidade.
Não paro por aqui. Só quero ser feliz e desejo que eles sintam isso...

domingo, 20 de novembro de 2011

Chato de aluguel

Um amigo uma vez me disse que o pior chato é aquele que você convida pra ir na sua casa e ele vai mesmo(risos). Ironias à parte, acho que não tem coisa pior do que o chato de aluguel: aquele que te aluga demais!
Tem três tipos de chatos de aluguel. O chato burro(esse é o mais nocivo), o chato de inteligência mediana e o chato culto(se você for mais burro que ele então esse passa a ser o mais nocivo). O chato dono da verdade também, ninguém merece.
Mas não importa realmente quantos tipos de chatos existem. TODOS alugam a gente. São inconvenientes. Resolvem alugar e acham que estão agradando(risos).
Esse é um assunto que não deve ser longo senão se torna CHATO. Não deve enumerar tanto senão fica CHATO. Escrever a palavra CHATO somente quando necessário senão já é CHATO.
Devia existir um serviço de tele-chato pra dar de presente a quem você (não) gosta. Já pensou? Mandar um tele-chato pra um mala?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sequência

Chuvinha lá fora e eu ainda não posso dormir. To só esperando o sono chegar. A chuva faz um barulho confortante. Parece música em alguns instantes. Essa mesma chuva anula o som que vem da cidade. Só se escuta ela. A condição humana aparece me lembrando de uma vida, de várias vidas, secas ou molhadas, que estão lá fora, por aí, vagando, com ou sem rumo, direção. Caminhando pra algum lugar.
Agora os pingos caem mais lentamente fazendo chegar o som do trânsito. O mesmo trânsito que atrapalha meu sono pela manhã.
Só passei aqui pra dar um "oi" e dizer que quero continuar escrevendo, nas sequências...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ao vencedor as cantadas

É estranho como algumas lembranças permanecem intactas em nossa cabeça. Reminiscências remotas, longínquas... Não vejo o tempo passar. Não sinto o tempo passar. Não guardo datas. Só decoro letras de músicas, parágrafos de livros interessantes e cultura inútil. Alguma cultura inutilizável que pode ter sido usada numa cantada interessante. É verdade. Nunca tive muito jeito pra cantadas. Geralmente elas eram ensaiadas em frente ao espelho quando me prestava a decorar outra coisa além de letras de músicas. Bom, eu costumava decorar a lição de álgebra no colégio mas aí é outra história, talvez num próximo post. Mas voltando às cantadas... cantadas ensaiadas costumavam dar muito certo. Provavelmente eram palavras tiradas de livros ou filmes. Como hoje não preciso mais desse recurso posso me dar ao luxo de comentar, ou me entregar, se preferirem(risos). Não vou escrever aqui as coisas que eu falava. Hoje está tão fácil expor o sentimento. Não é necessário dar dicas. Naquele tempo não havia redes sociais, muito menos internet. O olhar falava mais do que mil palavras embora fosse importante esclarecer certas coisas. Como um pedido de namoro por exemplo. Hoje em dia é tudo mais fácil, mais maduro. Parece que a sociedade amadureceu e com ela os relacionamentos foram se modificando até ficarem ajustáveis. Voltando outra vez às cantadas... bom, acho que a timidez atrapalha. E é fundamental ser bem informado. Como se você fosse fazer vestibular. Veja, ouça e leia tudo!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Refeição

Quem se lembra daquele chocolatinho da Neugebauer chamado Refeição? Pois é, estou comendo um agora(risos).
Quando devia ter uns 4 pra 5 anos esperava meu avô na frente de casa quase todos os dias. Final de tarde. Meu olhar mirava a esquina. Ele aparecia, atravessava a rua e eu ia correndo pros seus braços. Ganhava esse chocolatinho. E isto ficou pra sempre na lembrança que traz automaticamente a imagem de meu avô.
O estranho é que tempos depois não o achei mais, nem nos mercados. Não sabia se tinha saído de linha. Essa semana tive o prazer de encontra-lo, junto com todas aquelas recordações: a rua, a casa, a esquina, e o abraço de meu avô...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Love Story

Pouca gente sabe que eu sabia tocar piano de ouvido. Não uma sinfonia inteira mas alguns trechos de músicas. Em especial a música tema do filme Love Story, de 1970, e Imagine, de John Lennon. Voltemos um pouquinho no tempo pra explicar melhor...
Todo clube que se preza possuía um piano, o que não era diferente com o Clube Caixeiral, de Uruguaiana, onde minha avó trabalhou por mais de 30 anos. Eu ia lá sempre que podia ou quando estava de bobeira. A vó Aracy trabalhava na secretaria do clube e na sala ao lado ficava o piano. Não era um piano de cauda e sim de armário. Volta e meia eu entrava na sala e me trancava lá dentro. Ficava horas, tocando as mesmas músicas, em particular a Love Story. Havia uma outra secretária, colega de minha avó, que "percebia" minha maneira de tocar. Lembro que, quando eu estava "gostando" de alguma menina, tocava com mais sutileza e alma, o que era rapidamente notado por ela. Demorei algum tempo pra entender como ela "captava" meus sentimentos.