segunda-feira, 30 de março de 2009

Carnaval

Devia ter uns 16 anos, por aí. Estávamos em um clube, eu e um amigo. Era carnaval. Baile infantil. Estava ali de "grupo". Sempre acompanhando os músicos mais velhos a fim de aprender alguma coisa(aprendi muito observando, até acordes preciosos). Sei que o pai do menino que tava comigo tocava na banda do matinê. A gente tava curtindo o baile, dançando com algumas "gurias", não lembro bem. Uma hora quando olhamos em direção ao palco, cadê o guitarrista?! O pai do menino. Bom, a banda continuou tocando, músicos não faltavam. E instrumentos também, ou seja, a massa sonora não diminuiu por nenhum momento. Continuamos a dançar em volta do salão. Uma meia hora depois ele reapareceu. Ao final do baile perguntamos o que havia acontecido, e ele calmamente respondeu: "fui à padaria comprar pão"!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Insônia

É engraçado, nestes quase 18 anos de música tive diversos momentos de insônia. Acontece... Geralmente quando algo me preocupa. Um show importante por exemplo. Ou contas a pagar e por aí vai. Quem disse que todo artista leva vida de artista? Estamos na batalha, gente, como todo mundo. Agora, se eu ficar famoso, não tenho mais com o que me preocupar.

Teve uma fase em que usava a insônia como um mecanismo altamente funcional, porque contribuia na criação das canções. Era só encostar a cabeça no travesseiro para formular alguma frase que puxaria outras e assim por diante. Hoje quando isso sucede a preguiça me impede de consumar o ato. E a inspiração surge nas horas mais inconvenientes, geralmente quando não tenho um lápis ou caneta à mão. Enfim, tenho um "truque" interessante aos insones de plantão: cantar alguma música em pensamento. É como contar carneirinhos mas um pouco diferente. Minha música favorita é "Faroeste Caboclo" da Legião Urbana. Nem bem chego na metade da música já estou dormindo. E ainda é possível treinar a memória, exercitar os neurônios, etc. Faz muito bem. Voltando aos shows importantes: uso também essa tática ao me deparar com letras complicadas, difíceis de serem decoradas, ou canções novas. Porque encontrar tempo já toma muito tempo e essa vida tá mesmo uma correria, uma competição sem fim. Cada vez as pessoas tomam posturas diferentes frente a situações que mudam instantaneamente. Bom, mas isso é outro assunto! Captou?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dr.

Ia tocar uma festa importante e não podia ser de qualquer jeito, precisava estar bem vestido. Não lembro bem qual festa era mas o episódio que conto a seguir é o foco principal. Decidi por bem usar terno, camisa, gravata, sapatos, cabelos com gel, rosto barbeado. Estava impecável!(a modéstia também, he, he!)
Lembro que estava sem carro e tinha que tomar um ônibus. Bem, assim o foi. Desci no ponto próximo ao meu destino e caminhei o bastante para suar um pouco, mais por causa da roupa pesada do que pela distância. Quando chego perto da esquina de meu objetivo final enxergo um "borracho" ou um mendigo(os mendigos me perseguem) levantando-se agarrado a um muro. Parece que estava acordando naquele exato momento em que eu passava, ainda com os olhos esbugalhados. Assim que me viu, disse: "Aí, doutor"!
É cada uma que me acontece!

Imediato

O dia de ontem
Foge de mim assustado
E o dia de amanhã me persegue
Até no passado.

Hoje estou em vantagem
Com meu guarda-chuva pra viagem
Um gosto de café nos lábios,
Uma sensação comum.

A velocidade do hoje
Nas costas de um segundo
A necessidade que custa
A urgência deste mundo.

sábado, 7 de março de 2009

Naquela multidão

Algo estava acontecendo
Naquela multidão
E eu sem perceber passava por ali

Quando de repente foi você que eu vi,
Foi você que eu vi.

Sua boca não dizia nada
Mas seus olhos diziam tudo... bis

Algo estava acontecendo
E eu sem perceber.

Nada parecia mais real
Do que o clarão do sol
Caminhamos sem saber pra onde

Aquela multidão foi ficando para trás
Nossas vidas já estavam tão próximas

Com seus olhos ainda me dizendo tudo
Tudo o que eu precisava saber
Pra seguir
Com você de mãos dadas.