quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quando quero...

Quando quero chorar
Escuto aquela canção
Quando quero sorrir
Lembro só do refrão.

Quando quero sair
Faço um aceno com a mão
Quando quero chegar
Jogo as chaves no chão.

Quero te ver
Toco meu coração
Quero te esquecer
Penso com a razão.

Quando quero lembrar
Pego meu violão
Quando quero entender
Aceito teus nãos.

Quando quero chorar
Lembro só do refrão
Quando quero sorrir
Escuto aquela canção.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

2x

Duas vezes por dia vou olhar pra você
Na hora de acordar, na hora de dormir.
Duas vezes por dia vou olhar pra você
Na hora de lembrar, na hora de esquecer.

Duas vezes por dia
Vou dizer
Que meu amor varia,
Por isso
Duas vezes por dia vou dizer.

Duas vezes por dia
Vou saber
Tua hora de sair
Tua hora de chegar
Duas vezes por dia.

Vou pensar
Duas vezes antes de pedir
Teu amor
Vou amar duas vezes
Antes de aceitar tua dor.

Duas vezes por dia
Vou ficar no mesmo lugar
Mesma casa, outra monotonia
Mesmo coração, outra poesia.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vida

Leio jornais e revistas de trás pra frente. Já assisti o mesmo filme inúmeras vezes. Muitos desses filmes me fizeram chorar. Gosto de dormir tarde e acordar tarde, embora isso às vezes pareça impossível. Quase nunca tomo café da manhã. Minha primeira refeição é sempre o almoço. Já almoçei às 4 da tarde. Não gosto de beber. Bebo muita Coca-Cola. Não gosto de futebol. Mas tento não perder os jogos quando têm Copa do mundo. Gosto de jogar truco espanhol. Estou aprendendo a jogar poker. Gostaria de aprender a jogar xadrez. A inspiração pra novas canções sempre aparece no momento em que vou sair pra um compromisso. Muitas músicas não chegam ao fim, ou nem sequer começam. No apartamento onde moro tem um fosso de luz onde posso ver as estrelas. Estou escrevendo ao som de Foo Fighters: Times Like These, versão acústica. Meu msn está ligado mas meu status está off line. Na minha frente pendurado à parede tem um relógio em formato de vinil. Apesar da trilha do Foo ainda consigo ouvir seu tique-taque. Sempre rezo antes de dormir e antes de começar um show. Durante os shows tomo bastante água. Procuro olhar as pessoas nos olhos. Ultimamente tenho fechado os olhos enquanto canto. Nunca tinha experimentado. Gosto de cantar pra crianças. Gosto de ser criança às vezes. Estou aprendendo a ser maduro. Estou aprendendo a ser pai. Curto uma boa conversa. Curto meus amigos. Não tenho mais pressa de chegar à algum lugar. Não gosto de me atrasar quando tenho compromissos. Gosto das coisas em seus lugares embora elas saiam do lugar para que não enferrujemos. Não gosto de dias nublados. Gosto de sol. Mais ainda da noite. Quando chego num bar antes de tocar e ele está cheio eu vibro muito. Gostava de tomar banho de chuva no verão. Gostava de andar de moto sem capacete. Mas isso foi há muito tempo. Gosto de sorvete de morango, embora meu doce favorito seja Tiramissú. Prefiro as coisas salgadas aos doces. Tem vezes em que não troco nada por um xis ou uma pizza. Antigamente eu cantava muito ao chuveiro, ultimamente isso não acontece. Tem músicas que não saem da minha cabeça por nada. Parece jingle de política. Chiclete. Sempre tenho uma caixa de chicletes no porta-luvas do carro. Sempre tenho um fardo de água mineral sem gás no porta-malas. Curto muito viajar dirigindo. Mais ainda se tiver música. Tem horas em que nada substitui o silêncio. Tem horas em que nada justifica sair da cama. Tem horas em que tudo justifica sair da cama. Já fiz serenatas algumas vezes. Já fui perseguido por um cachorro enquanto fazia a tal serenata. Já escrevi o nome de quem eu amava no asfalto. Já mandei flores. Já me mandaram flores. Já fiz serenata por telefone num orelhão. Já fui assaltado. Consegui fugir. Já pintei uma casa. Esses tempos eu tentei fazer isso no meu ap e não consegui. Já levantei um muro. Já toquei violão em cima da casa. Já entrei na piscina sem exame médico. Dirigi com sono. Acordei sonhando. Já tive pesadelos. Já sonhei que tinha ganho um carro. Nunca tomei um porre. Nunca fiz um churrasco. Já dormi num carro. Já fiquei sem me preocupar com o tempo. Me sinto nu sem relógio no pulso. Não gosto de dormir sem cueca. Já fumei charuto. Quero aprender a fumar cachimbo. Já gostei de tomar vinho. Estou aprendendo a tomar cerveja. Já tive o cabelo repartido pra o lado. Já usei camisa pólo e mocassins. Curto meus All Stars. Já tomei leite condensado na lata com um furinho. Já toquei a campanhia e depois saí correndo. Curto demais um bom café. Gosto de ler. Gosto de vocabulários modernos. Revistas de cultura inútil. Já fiz acupuntura. Já tive asma. Fiz simpatia pra curar essa asma. Já repeti o ano no colégio. Mais de uma vez. Me desinteressei por coisas interessantes. Já me interessei por coisas desinteressantes. Já subi em árvores. Já plantei uma árvore. Tenho 2 filhos. Ainda não lançei um disco. Pretendo, despretenciosamente.
Tenho plena convicção de que a vida não é justa. Mas a vida pode ser boa. Afinal, aonde você vai comer um bife à parmegiana?
Tantas coisas por fazer... espero que ainda dê tempo.
"Quantas palavras me levarão até a pessoa amada?"

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Barbeiro

Esse título também nos leva a pensar no causador da doença de chagas. Mas não é desse "barbeiro" que vou falar e, sim, do renome mais conhecido atualmente por cabeleireiro.
Existe, ainda hoje, em Santa Maria, um salão de barbearia, localizado à Galeria do Comércio. Fui pesquisar e descobri que está ali há 40 anos. Intacto! Ou nem tão imutável assim.
Tenho a barba muito cerrada e a pele sensível = combinação imprópria. Nada que alguns pré-cuidados não resolvam.
Um dia, com a barba bem grande e pouca paciência, achei que já era hora de tira-la. Ia tocar uma formatura ou casamento, não recordo bem, e temia que isso causasse má impressão. Lembrei-me do tal salão e como sempre tive curiosidade nele, já que volta e meia passava por aquela galeria e notava que estava sempre cheio de gente, decidi me render, afinal nunca havia pago pra alguém fazer minha barba(risos).
Fui à tarde, tipo umas 16 h. Entrei quietinho e sentei-me. Abri um jornal do dia. Mal li algumas palavras e me atenderam. Barba ou cabelo? Falou um dos "barbeiros"(pois é, ali tinham vários). Disse: barba! E fui encaminhado a uma daquelas poltronas antigas, que barbeiros usavam, lógico!
Imaginem minha euforia: tenho a nítida lembrança de meu pai fazendo a barba com aqueles aparelhos de metal aonde dentro ia uma lâmina virgem. Essa imagem me traz uma certa nostalgia pelo tempo.
Meu pai fazia esse ritual quase que diariamente, coisa que eu presenciava e apreciava.
Eu estava prestes a ser atingido pelo saudosismo quase que teatral que meu pai tanto representava.
Mas pra minha surpresa, e a de vocês também, quando já estava bem acomodado naquela poltrona e meu rosto coberto de espuma, eis que o barbeiro puxa de dentro de um pequeno saco plástico um aparelho de barbear da marca Bic?! Isso mesmo, aqueles de plástico! De cor amarela. Senti um misto de frustração e comédia. Ri por dentro, claro. Apenas o salão era antigo. O progresso já havia chegado até ali. Se bem que poderiam ter ido além. Pensando melhor, o custo/benefício dos aparelhos Bic era indiscutível. Tão acabando com a poesia!
O título da postagem poderia ser assim: aparelho Bic! Pouparia vocês de lerem toda a história. Mas até que foi divertida, né?
Se alguém quer saber, eu continuo frequentando o salão da Galeria do Comércio - quando estou com a barba grande e muito pouca paciência. Ainda deve haver um lugar onde as coisas "ainda" são como são.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O amor que ainda não tenho

Eu sempre acreditei
Que pudesse ser feliz
Mesmo que a felicidade
Passasse diante do meu nariz.

Sempre acreditei
Que pudesse encontrar alguém
Mesmo que a multidão
Não me mostrasse ninguém.

O amor que eu tenho pelo meu amor
Que eu ainda não tenho.

O amor que eu tenho pelo meu amor
Que eu ainda não tenho.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dias iguais, dias normais

Acordar
Sair da cama
Mudar o mundo
Cortar a grama
Contar a grana
Sentar à mesa
Com uma certeza
Pra saber
Uma proeza
Pra fazer
Matar um leão pra sobreviver
Criar planos pra melhorar
Construir sonhos
Pra chegar
Um dia noutro lugar
Se preparar
Pra dormir
Deitar
Esquecer
Sonhar
Repetir...

domingo, 6 de setembro de 2009

Pequena

Quero descansar meus olhos
Na tua imagem
Quero pegar carona
Na tua viagem
Quero achar real
Tua miragem
E crer em tudo
Que te pareça bobagem.

Por você a vida
Vale a pena
Agora vem ser minha,
Minha pequena.

Quero pegar estrada
Na tua bagagem
Quero horas te ninar
Contando vantagem,
Eu sou assim
Um cara só de passagem
Por aqui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ortopé

Nos anos 70 surgiu uma melodia que era difícil de esquecer: "Ortopé, Ortopé, tão bonitinho..." que fascinava não só as crianças, como os adultos, do país inteiro. Lembro de escuta-la na televisão já nos anos 80 e achava aquilo tudo sensacional, principalmente o desfecho: Ortopé, Ortopé... Ficava com a frase na cabeça por horas.
A marca na verdade surgiu em 1952 e sua matriz ficava ali na serra gaúcha, na cidade turística de Gramado. Mas foi a partir dos anos 70 que ela desenvolveu um forte trabalho de comunicação, com a construção do "jingle" que seria seu carro-chefe e até hoje é lembrado.
Ontem à noite fui chamado as pressas para um trabalho de publicidade. Que envolve cantores, atores, agências, estúdios, enfim. Há algum tempo tenho trabalhado como free-lancer de algumas agências de publicidade da cidade fazendo locuções e emprestando minha voz em "jingles". Qual foi minha surpresa quando um amigo de um estúdio pegou uma tarefa, digamos, com aquele gostinho de infância?! Não dava pra imaginar: era o jingle da Ortopé!
Estava ele com mais uma cantora e eu. A surpresa maior foi quando nos olhamos e percebemos o algo em comum: aquele sonho de infância era uníssono(risos)! Maravilha! Ainda tenho que mostrar isso aos meus filhos(risos).
Só posso dizer que ficou massa! "Ortopé, Ortopé, tão bonitinho!"
Eu te direi poucas e boas
Já que é pouco
Tenho que dizer tudo
O teu otimismo demasiado
Move montanhas
Já meu pessimismo em gotas
Fere as entranhas.

Há tanto espaço a separar
O céu e o mar
Parecemos assim
Sem sair do lugar.

Mas fica perto de mim
Pra eu te contar outras histórias
Com certeza você as guardará na memória
Simples decisão de ser
Mais que uma tolice
Meu coração bate como se ele não existisse.

Então conte teus dias ruins
Deixe os que sobrarem pra mim
Mata teu tempo comigo
Que eu também tô a fim
De ser mais que um simples amigo.

Para aquelas horas tristes
Em que uma lágrima irá se perder
Rolar no teu rosto
Sem você perceber
O gosto
Porque vou provar do teu mel
Teu inferno e teu céu
Com requintes de novidade
Pois pra mim o que conta
É a realidade...
Não faço sala pra o tempo
agora já é outro momento
Estou me sentindo preso
e ninguém está livre 100 %.

Vamos crer no amor,
vamos crer no sabor do desalento.
Eu sigo pensando à respeito de nós
Antes queríamos ficar à sós
E agora que tudo progrediu
a gente esconde a beleza do pavio
nesse meio-fio da vida
onde começa e termina o desafio.

Vamos voltar pra casa
sair um pouco desse frio
Amor, saudade, paixão...
Antes cheio do que vazio!
Ou não.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quem sabe

Quem sabe a derrota
me ensinasse a vencer
Quem sabe um jovem
me fizesse correr.

Ou um velho
me fizesse esperar
O que talvez o tempo
me ensinasse a curar.

Quem sabe um bardo
me ensinasse a amar
O que talvez só você
pudesse me mostrar.

Me pegue pela mão
e me leve já
Não tenha medo
o sol já vai raiar.

Quem sabe o vento
pudesse cicatrizar
O que talvez ele
só posso amenizar.

Quem sabe a dor
pudesse passar
O que talvez ela
só possa estancar.

Quem sabe o espelho
pudesse revelar
O que talvez só ele
consiga enxergar.

Quem sabe o futuro
pudesse recriar
Um mundo diferente
em outro lugar.

Quem sabe?
E quem saberá?