domingo, 19 de maio de 2013

Vendedor de discos

Se foi o tempo em que o vendedor de discos entendia de música. Talvez isto ainda aconteça em alguns lugares mas não aqui.

Num outro tempo, ser vendedor de discos era o máximo - pelo menos pra mim. Tinha uma aura cercada de mistérios, de sabedoria... Uma filosofia musical bastante abrangente. Hoje em dia o vendedor não precisa mais se esforçar pra vender um... CD. Não existe mais aquele lance de decorar as bandas, fuçar o encarte, saber o nome de todas as músicas. A mídia se encarrega de tudo. Você chega na loja e pede o disco do artista tal, banda tal. O atendente não precisa mais passar uma enxurrada de informações cabíveis para te convencer, ou para sanar aquelas tuas dúvidas musicais frequentes(risos). Tudo é "culpa" da www!

Naquele "tempo", o vendedor de discos possuía um vasto conhecimento sobre o material musical exposto nas lojas. O cara sabia de antemão algumas curiosidades peculiares dos artistas, das bandas e inclusive dos equipamentos: fulano da banda tal usa guitarra Gibson. Beltrano usa baixo Fender; sicrano usa bateria verde-clara, etc. E era esse tipo de coisa que me fascinava. Tinha vezes em que eu aparecia na loja somente pra ficar por dentro das novidades. Passava a tarde toda lá(risos). Um longínquo final de década em Uruguaiana, onde predominavam apenas duas lojas. Uma época em que a única preocupação era a escola e a música. Bons tempos.

Hoje, vender discos perdeu a poesia. Quer dizer, comprar discos perdeu a graça!

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