sábado, 9 de janeiro de 2010

Eles

Curto muito fazer suposições de encontros. Uso a terceira pessoa do singular como base e sigo em frente. Uso a imaginação. To na rua com meu carro à noite e me vem uma história inteira, e sinto uma necessidade incrível de "criar" um universo fictício, mas que muita gente poderá vir a se identificar!


Eles se conheceram numa sinaleira 4 tempos. Seus carros pararam um do lado do outro. Foi a primeira vez em que ele não reclamou da demora do semáforo. Seus olhares bateram e pronto!
Ela ia visitar a casa dos avós. Ele estava atrasado pra uma reunião de condomínio. Pararam no primeiro bar que avistaram. A reunião de condomínio ficara pra outro dia.
Ele era meio avoado. Ela tinha doutorado em farmácia.
Ele colecionava latinhas de cerveja. Tinha de todos os países.
Ela colecionava problemas.
Ela nunca lembrava de datas comemorativas.
Ele nunca esquecia de levar o lixo pra fora.
Ele tinha uma cadela de estimação chamada Hanna.
Ela odiava bichos. Uma vez teve um Hamster e o deixou morrer de saudade.
Ela praticava quase em excesso sua auto-afirmação.
Ele fugia dos elogios. Dizia que fazia mal pro ego, dele!
Ele era muito concentrado em tudo o que fazia.
Ela era completamente dispersiva.
Ela só usava roupas de marcas.
Ele estava sempre de xadrez.
Ele gostava de vento no rosto.
Ela não podia pegar vento por causa do cabelo.
Ele teve uma infância difícil.
Ela teve tudo nas mãos.
Ela A, ele B.
Mas tinham o mesmo tipo sanguíneo.
Ele fazia caratê.
Ela era totalmente sedentária.
Ela tinha um gosto musical invejável. 
Ele curtia música eletrônica.
Ele sempre tinha respostas para todos os tipos de perguntas.
Ela não sabia a marca do seu carro.
Ela não entrava em elevadores nem a pau.
Ele tinha que ir de escada por sua causa.
Mas eram felizes. Se faziam bem. Se somavam. Nada era fácil mas tudo estava sempre bem.
Nada mais importa do que a felicidade e, no fim descobrimos que ela esteve o tempo todo aqui, dentro de nós!

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