domingo, 9 de outubro de 2016

Relação digital

Qual a relação que temos com a nossa tecnologia? Total, né? E imagina viver sem ela. Há trinta anos ela nem existia, ou melhor, não essa tecnologia que dispomos agora. Portabilidade, por exemplo, era, no máximo recorrer a um Walkman, escolher uma fita K7 e sair por aí ouvindo um som.
Diferente da geração que nasceu conectada, eu tive contato com outro tipo de tecnologia. Sou um ser chamado de imigrante digital. Aquele cara que teve que se ajustar ao modos vivendi atual. As coisas, para mim, não aconteciam num passe de mágica de um botão. O caminho era complicadamente árduo. Aprender uma canção demandava horas e horas de tempo e, paciência, um componente que os jovens de hoje não estão acostumados. Percebo isso através da minha filha, de nove anos. Ela gostaria que a vida fosse como a internet mais veloz, em que pressionamos o "enter" e tudo passa a acontecer (risos).
Mas fora isso, a tecnologia veio - e continua vindo - para aproximar quem está longe. Detectar a distância e acelerar a relação on/off line. Tudo parece ficar perto, próximo de um abraço.
Bom, mas voltando ao caso de ficar horas e horas pra aprender uma música... Não existia o Cifraclub muito menos o Google. O que realmente rolava: eu deixava uma fita K7 dentro do gravador esperando a música que queria aprender tocar na programação da rádio. Às vezes demorava horas, outras vezes gravava a música pela metade pois o locutor emendava uma na outra e eu deveria estar no banheiro (risos). 
Também tive uma coleção daqueles livrinhos de música que vendiam em bancas de revistas. Uma caixa cheia. O único problema é que algumas músicas vinham com as cifras erradas, o que acabava por comprometer meu repertório.
Uma vez gravada a música, eu a repetia inúmeras vezes até conseguir "tirar" de ouvido as notas que estavam sendo executadas. Não era uma tarefa muito fácil. Tinha que voltar a fita e tocá-la quantas vezes fosse necessário.
É, hoje é moleza, né?

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