terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Estilos

Pouca gente sabe mas, iniciei minha carreira tocando músicas pra gente um pouco mais velha. Boleros e Roberto Carlos foram os temas principais. Acrescenta-se aqui também pitadas de nativismo.
Minhas referências eram os músicos mais velhos, que tocavam na noite, e tinham uma carreira "sólida". Quando se está aprendendo - neste caso, no MEU caso - não se tem muita filtragem, tudo o que vier, vem bem. De Roberto a Raul. De Benito a Jorge BenJor e, assim por diante. Queria saber o máximo de canções. Diversos estilos. Agradar a todos os gostos.
Gostava muito de observar e isso me impulsionava a ampliação do repertório pessoal. Não era muito de perguntar. Só quando necessário. Era possível, nos bares, "roubar" os preciosos acordes do instrumento base e levar na lembrança, pra casa, e praticar depois. Minha memória era(é) ótima.
Realmente tive excelentes professores(mestres), que me "ensinaram" talvez, o caminho mais difícil. Sou grato a eles!
Parecia não ter muita escolha, preferência por estilos! As músicas me pegavam de jeito. Sabe aquelas esteiras de fabricação em série? Era eu! 
Não estava atento ao que tocava nas rádios. E sim, ao que tocava na noite, nos bares, no que os outros músicos tocavam. Eles sim, me influenciavam.
Viajei por diversos estilos. Em casa, tocava de música instrumental - jazz, blues - a MPB. Acabei ficando um pouco chato, chegando a desprezar certos gêneros, me distanciando de outros. Descobri após análise que isso faz parte(risos).
Finalmente pisando em Santa Maria, sentia que meu destino estava selado, escolhido! Ah, antes passei por uma banda de "rock" - julgava eu - indefinida, mas que acrescentou bagagem/coragem!
E ainda o "conjunto" gaudério pelo qual me meti. Sem saber nada. Sem gostar muito. Aprendi a dar muitas risadas nos finais de bailes, na hora de desmontar o equipamento. Grandes amizades se formaram e inimizades sem fundamento.
Em Santa Maria queria tocar um repertório refinado. Há quem diga que eu tocava "música para restaurante". Francamente, também achava. Hoje ainda me chamam por isso, às vezes.
O tempo não pára e quem é esperto, sobrevive. Quem liga a antena, descobre, cedo ou tarde. No meu caso foi... no meio. Incorporei o Pop-rock! No jornal dizia: bar tal, Marcelo Massário - Pop-rock e MPB.
As modas iam chegando, ficando, passando e, eu nessa. Imparcialidade total. No meio desse turbilhão fui adquirindo minhas coisas: equipamentos, instrumentos, meu primeiro carro.
Existe dentro de mim um sonho e hoje, aqui/agora, vou revelar pra vocês: gravar um disco! Vinil, gente, vinil. Esse lance de CD veio depois.
Daí pintou o lance de fazer um disco. Graças a Lei de Incentivo à Cultura(LIC)! Mas esqueceram de me contar que a empresa "patrocinadora" do projeto podia simplesmente se "recusar" a depositar o valor devido - vou escrever assim pra evitar - futuros - mal entendidos - e isso acarretar numa destruição completa de um sonho. Um sonho distante que até então, se "tornara" possível. Poderia ter ficado "de cara" com isso, mas não fiquei! Não era pra ser. Uma hora dá. Se é que se pode adiar um sonho...
A ideia de ter uma banda própria surgiu como um bálsamo entretanto, o motivo principal era corrigir falhas de mão de obra musical. Quando eu necessitava desse formato não encontrava bateristas, guitarristas e baixistas disponíveis, enfim, músicos livres. Ter uma banda pra chamar de sua é muito, muito conveniente(risos).
Através de minha amizade com Alemão Ronaldo fui me aproximando cada vez mais do rock - por o rock estar atrelado a ele - por ser um dos precursores do movimento Rock Gaúcho! Ah, queria uma banda pra mim também(risos). Na verdade, já a possuía e, não sabia eu, que ela veio sem querer/sabendo(risos). Tenho mais sorte que juízo.
Alemão participou do show e criamos um vínculo, amadurecendo um ano depois. Nesse tempo ficamos sem contato algum.
Voltando a falar de rock, - assunto que não domino muito bem - músicas passavam batido porque minha atenção estava voltada pra outro lado. Era imperceptível! E hoje, cada vez mais, me "afundo"nessa modalidade. E não deixo de escutar outras razões, musicais. Porque como já falei, cresci/bebi noutra fonte. Meu conhecimento se ampliou então. Sábio HD mental!
Não faz muito tempo toquei num projeto sobre a vida do sambista Noel Rosa. Prum - agora - roqueiro/marinheiro de primeira viagem, que empunha uma guitarra, voltar a tocar violão nylon é um reaprendizado(risos). E hoje estava tocando uma festa infantil, com repertório especializado. Essa é a graça da música. Levar o som que você tem que levar. Atingir o topo. Ou tentar. O topo já está lá, não vai mais crescer. Enquanto eu continuo crescendo...

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